
No interior do Ceará, no município de Pacoti, a tradição da cana-de-açúcar continua viva, preservada e valorizada pelas mãos de quem aprendeu com o tempo que o sabor mais marcante vem do trabalho dedicado. No Engenho Paulo Maria, essa herança se traduz em produtos que carregam história, cultura e o sabor genuíno do sertão.
Entre eles, destaca-se o Alfenim, uma iguaria delicada, derivada da cana-de-açúcar, que atravessa gerações como símbolo de cuidado artesanal e identidade cultural. Feito a partir do mel da cana, o alfenim é moldado e trabalhado de forma minuciosa até ganhar sua forma final, seja em peças decorativas ou em pequenas porções que derretem na boca. Sua doçura não é apenas de sabor — é também memória, lembrança de tempos em que cada pedaço carregava o toque da família e da comunidade.
O Engenho Paulo Maria não se limita ao alfenim. Ali também ganham vida a rapadura tradicional, a rapadura de coco, a rapadura batida, o caldo de cana fresco e o melaço de cana, este último um acompanhamento perfeito para o queijo assado, formando uma combinação irresistível que é puro Nordeste no prato.
Cada etapa de produção é feita de forma artesanal, respeitando o ritmo e a essência da cana-de-açúcar. No engenho, o cheiro adocicado se espalha pelo ar, convidando os visitantes a conhecer de perto o processo e a saborear produtos que carregam não apenas sabor, mas também história e afeto.
Visitar o Engenho Paulo Maria é mais que uma oportunidade de provar o melhor da cana — é vivenciar um pedaço da cultura nordestina, onde a doçura do açúcar se mistura ao calor humano de quem mantém viva uma tradição centenária.
FOTOS: @guia_samuel

Em Pacoti, no Maciço de Baturité, existe um lugar onde o tempo parece desacelerar, o aroma do café fresco toma conta do ar e a tradição pulsa em cada detalhe. É a Casa do Caboclo, uma experiência única que acontece no Chalé Nosso Sítio e que vai muito além de uma simples visita: é um encontro com a história, a cultura e o sabor genuíno da vida no interior.
A jornada começa com uma trilha ecológica que conduz os visitantes por um cenário rico em biodiversidade. Pelo caminho, cada passo revela o verde intenso da mata e o canto das aves, até chegarmos ao Mirante de Nossa Senhora do Globo, um ponto de contemplação que permite observar Pacoti em toda a sua beleza, cercada pelas montanhas e pelo clima ameno da serra.
Seguindo adiante, o destino final é a charmosa e rústica Casa do Caboclo. Lá, o anfitrião recebe a todos com a hospitalidade típica do sertanejo e convida para vivenciar um ritual que vem atravessando gerações: o preparo artesanal do café. O processo é um espetáculo à parte — desde a torra cuidadosa dos grãos, a pila feita no pilão de madeira, até o café coado no pano e servido fumegante no fogão à lenha. Para adoçar, nada de açúcar refinado: a rapadura garante o sabor doce e robusto “como antigamente”.
A experiência não para por aí. Os visitantes ainda conhecem de perto o cafezal, onde o grão é cultivado e colhido, entendendo a ligação profunda entre a terra, o trabalho e o sabor final da bebida. E, como manda a tradição, logo na entrada da casa está a butija de barro com água fresca, servida no clássico copo de alumínio — um convite simples e irresistível para se refrescar e lembrar que as melhores coisas da vida são também as mais singelas.
A Casa do Caboclo não é apenas um ponto turístico. É um lugar que guarda memórias, preserva saberes e oferece uma pausa necessária para quem busca se reconectar com as origens.
📅 Dica do “Por Aí com Kayky Ribeiro”: a Trilha do Caboclo acontece todos os sábados, às 9h30 da manhã, saindo do Chalé Nosso Sítio, em Pacoti. Vista um calçado confortável, leve a câmera e prepare-se para um passeio que vai mexer com todos os seus sentidos.
@chalenossositio
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A rapadura é mais do que um simples doce. Para o povo nordestino, especialmente o cearense, ela é símbolo de resistência, identidade e sabor. Feita a partir da cana-de-açúcar, sua preparação artesanal atravessa gerações, mantendo viva uma tradição que mistura suor, fogo e memória.
No Ceará, estado que lidera a produção de rapadura no Brasil, os engenhos ainda funcionam de maneira rústica e manual, como no Sítio Labirinto, onde o som do moer da cana ecoa pelas serras e a fumaça do tacho quente dança no ar, perfumando o ambiente com cheiro de infância e passado. A produção exige força, tempo e cuidado – um ritual que transforma o caldo espremido da cana em blocos firmes, doces e dourados.
A rapadura não é apenas alimento. Ela é símbolo de um modo de vida. Em cada pedaço está o esforço das mãos calejadas que alimentam esse saber, muitas vezes herdado de pais e avós. O doce pode ser consumido puro, em sua forma mais tradicional, ou enriquecido com ingredientes como castanhas, amendoim, coco e até frutas secas – variações que só tornam a experiência mais rica e afetiva.
Dela também derivam outros produtos igualmente tradicionais: o alfinim, o caldo-de-cana, e, claro, a famosa cachaça nordestina. Todos com origem na cana, todos com raízes fincadas na história do povo nordestino.
E o orgulho cearense vai além da produção: é no estado que se encontra a maior rapadura do mundo, uma obra que impressiona não apenas pelo tamanho, mas pelo que representa – a grandiosidade de um povo que transforma simplicidade em patrimônio.
A rapadura é doce, mas sua história é forte. Do engenho à feira, da mesa simples ao reconhecimento cultural, ela segue adoçando não apenas paladares, mas também corações, reafirmando que, no Ceará, tradição se molda com fogo, fé e cana.
FOTOS: @guia_samuel

Entre neblinas suaves e um clima ameno que encanta visitantes de todo o país, Guaramiranga tem se consolidado como um destino não apenas turístico, mas também gastronômico e inovador. Em meio aos cenários deslumbrantes da serra, nasce um projeto pioneiro que tem conquistado paladares e despertado curiosidade: a produção de cogumelos em Guaramiranga, a primeira do gênero no Ceará.
A Cogumelos Guaramiranga vem abrindo caminhos no cultivo sustentável e artesanal de cogumelos shimeji , aproveitando as condições climáticas privilegiadas da região — umidade, temperatura e altitude ideais para o desenvolvimento desses fungos ricos em nutrientes e sabor.
Durante nossa visita, tivemos a oportunidade de conhecer de perto o cultivo na estufa, onde o cuidado em cada etapa do processo impressiona. Ali, em meio a troncos, serragem e muito trabalho manual, nascem quatro tipos especiais de cogumelos:
🍄 Branco — suave e delicado, perfeito para molhos e risotos;
🍄 Preto — com um sabor mais marcante, ótimo para pratos sofisticados;
🍄 Salmão — exótico e levemente adocicado, uma verdadeira iguaria;
🍄 Marrom — o mais encorpado, de textura firme e sabor terroso.
Cada cogumelo conta uma história de dedicação e inovação, sendo cultivado sem agrotóxicos, respeitando o meio ambiente e fortalecendo a economia local.
Mas a experiência não para por aí. Após mergulhar no fascinante universo da micologia, seguimos para o centro da cidade, onde a Pizzaria Cogumelos oferece uma explosão de sabores que coloca esse ingrediente no centro da gastronomia local. A pizza de cogumelos, com massa crocante e recheio generoso, surpreende até os paladares mais exigentes — um convite irresistível ao prazer e à descoberta.
Essa iniciativa representa mais do que um novo sabor: é a prova de que o interior do Ceará tem potencial para inovar, gerar empregos, movimentar o turismo e valorizar produtos sustentáveis e saudáveis. A Cogumelos Guaramiranga não apenas cultiva alimentos, mas semeia ideias, experiências e um futuro mais consciente.
Se você busca um passeio diferente, com um toque de aventura, aprendizado e muita gastronomia, Guaramiranga te espera de braços abertos — e agora, com o aroma irresistível dos cogumelos frescos que brotam da serra.
@pizzaria_cogumelos
No coração da comunidade de Areias, em Pacoti, vive uma senhora que carrega consigo uma vida inteira de histórias e sabores. Aos 85 anos, conhecida carinhosamente como "Vovó do Céu", ela continua ativa, espalhando doçura e sabedoria.
Vovó do Céu não é apenas um símbolo de longevidade, mas também de dedicação e amor pelo que faz. Junto de sua filha Julite, seu genro e seus netos, ela transformou o cultivo de bananas em uma verdadeira arte. Com suas mãos experientes, ela cria uma variedade de produtos deliciosos, todos derivados da banana. Entre suas especialidades estão as crocantes bananas chips, licores que encantam pelo sabor único, além de bolos e pães de banana que aquecem o coração de quem os prova.
Aos 85 anos, Vovó do Céu continua a mostrar que a idade não é um obstáculo quando se tem paixão pelo que faz. Ela é um exemplo vivo de como a tradição, quando passada de geração em geração, pode florescer e se transformar em algo especial. Sua dedicação não apenas sustenta sua família, mas também fortalece os laços da comunidade, que reconhece nela um verdadeiro tesouro.
A sabedoria e o trabalho incansável de Vovó do Céu são uma inspiração para todos nós. Em tempos em que a modernidade muitas vezes nos faz esquecer das raízes, ela nos lembra da importância de valorizar o que é simples, genuíno e feito com amor. Pacoti tem a sorte de contar com essa senhora que, com suas mãos habilidosas e seu coração generoso, transforma bananas em muito mais do que apenas alimento: ela transforma em história, cultura e, sobretudo, em família.
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